Junto ao Ministério do Turismo e Unibes Cultural o festival GEM – Global Electronic Music realiza a sua segunda edição de 2022 para promover ainda mais os lives acts (shows de música eletrônica ao vivo exclusivamente com hardwares). Essa é uma iniciativa dos artistas Eric Marke e Nuta Cookier, numa parceria que começou dentro deste formato na Unibes em 2019.
No dia 13 de agosto, o GEM e a Unibes vão homenagear o famoso acid techno. Mas antes de falar deste estilo musical eletrônico, uma pequena história será contada para contextualizar estes dois lives act. A batida 4/4 começou em 1930 com a primeira bateria eletrônica do mundo, o “Rhythmicon‟ criada por Henry Cowell nos Estados Unidos. Quarenta e poucos anos depois o grupo alemão Kraftwerk introduz o technopop com a técnica „four on the floor‟, ou o 4×4 entre 70 a 90 BPM e por uma concepção mais minimalista e intimista.
No começo dos anos 1980 surgiu na decadente cidade de Detroit, com Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson uma nova forma de música eletrônica. Eles gostavam de músicas inter-raciais e vislumbravam um mix dos sons europeus (no caso, da música do Kraftwerk) com o velho funk americano. Futuristas por necessidade extraíram do technopop alemão sua batida e guia. A música criada por eles era a „única forma de escapar‟ de uma realidade caótica causada pelo fechamento das grandes fábricas de automóveis na cidade.
Chamada de techno ou techno music, sua concepção é mais sintética e menos complexa. A melodia repetitiva cria sensações de espacialização, enquanto as batidas retas e secas (4×4 entre 130 a 140 BPM) – criada normalmente pela TB 303 e TR 808 / 909 – sobrepõem os efeitos sintetizados e vocais robotizados. Já a expressão / nome techno, segundo Atkins, foi copiada do livro “The Third Wave” (A Terceira Onda, Editora Record – 1980), de Alvin Toffler, através do conceito “tecno-rebelde” usado pelo autor. Nesta obra, Toffler pregava o domínio das novas tecnologias e a educação para o futuro. No texto, ele fala de uma tribo onde pregava que as máquinas deveriam ser controladas pelos homens, caso contrário, a tecnologia os controlaria.
Essa tribo chamada de tecno-rebeldes foi de onde saiu o nome techno. Junto a acid house ciada por volta de 1987 por nomes como DJ Pierre, Phuture e Sleezy D., deu ao acid techno sua matriz e concepção, mas sem a batida house. Plastikman, Aphex Twin, Dave Clarke e Hardfloor são os signatários deste tipo de música onde a TB-303 da Roland (bassline) faz um papel muito importante “fritando” seus cut-off, decay, acent, tune e resonance.
Assim a proposta para este meio de ano, ambos vão realizar um live act concentrado no acid techno entre 138 a 140 PBMs. A sensação de uma estrutura sonora pesada e mais sombria, segundo Eric e Nuta, também é para homenagear a casa noturna Tresor em Berlim, Alemanha, onde abriu suas portas a meia-noite em 13 de março de 1991. Essa casa noturna, em sua primeira edição, rolou no porão da Leipziger Strasse 126, sendo berço da acid techno junto a um nevoeiro denso e luz strobo.
“Agradecemos a toda equipe da Unibes Cultural, no qual sempre nos ajuda e realizar este evento. Também não poderíamos esquecer a Novation-BR por estar sempre com a gente, e ao energético Tonino Lamborghini que começou uma grande parceria no final de 2021”, finalizam Eric Marke e Nuta Cookier.
Sobre o GEM
O GEM, Global Electronic Music é um programa de atividades culturais dentro do universo da música eletrônica dividido em conferência (dia) e festival (dia / noite). A base fundadora do GEM já conquistou mais de 10 mil artistas em sua totalidade. Os profissionais envolvidos já trabalham com música eletrônica há mais de 30 anos. Há duas frentes de atuação: O GEM Festival é formado como uma demonstração com alguns milhares de seguidores em live act. Aberto para todo o mundo, em nome da música eletrônica, o festival apoia uma iniciativa global de apresentações eletrônicas / semi-eletrônicas.
No GEM Conference temos em seu programa: Meeting com artistas e empresas de instrumentos musicais eletrônicos, sessões abertas de estúdios (masterclass), filmesdocumentários, demonstrações de instrumentos musicais eletrônicos e equipamentos, oficinas temáticas (arduino, experimentos, circuit bending, protótipos e arte-eletrônica sonora), exposições do acervo do Museu MEB e muito mais. Mais especificamente, alinhar o público com grandes marcas como a Roland, Yamaha, Novation, Korg e Behringer, apoiar iniciativas inovadoras de tecnologias musicais eletrônicas (startups e projetos) ou apenas as últimas tendências musicais. Internacionalmente somos parceiros do MOMEM – Museum of Electronic Music (Frankfurt, Alemanha), SMEM – Swiss Museum & Center for Electronic Music Instruments (Friburgo, Suíça) e Museu MEB – Museu da Música Eletrônica Brasileira e Mundial (São Paulo, Brasil).
O GEM World Edit é uma versão compacta do GEM Festival e GEM Conference, onde é adaptado a vários lugares segundo suas necessidades de expor um conteúdo „pocket‟ que atende a base do GEM, ou seja, em demonstrar como são feitos lives act com vários hardwares.
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