No ano em que o Brasil comemora Centenário da viagem dos Oito Batutas a Paris, temos o prazer de apresentar o espetáculo Os Batutas e a Madame, com Nancy Alves e grupo, celebrando, além da turnê do grupo de Pixinguinha, cem anos de conexões musicais França-Brasil.
De fato, as relações musicais entre o Brasil e a França pressupõem muitas travessias do Atlântico. Para a nossa música popular, basta citarmos o sucesso inegável do conjunto Oito Batutas (grupo de Pixinguinha) em Paris no ano de 1922, ou a repercussão estrondosa da Bossa Nova na França, momento em que essas canções inesquecíveis foram traduzidas para o idioma francês, algumas delas incluídas em filmes franceses, tais como Orfeu Negro (de Marcel Camus) e Um homem e uma mulher (de Claude Lelouch). E por que não lembrar de Elis Regina no Festival do Midem e no Olympia de Paris ?
Um outro aspecto interessante é que muitos dos nossos mais conhecidos compositores escreveram em francês !! Caso de Assis Valente, Moreira da Silva, Haroldo Barbosa, Chico Buarque, João Bosco, Gilberto Gil e muitos outros. E da mesma forma que a França habita o nosso imaginário, também o Brasil foi tema de autores e cantores franceses, que transportaram a alma brasileira para aquele país.
Acompanhada por Marcos Romera (teclados), Giba Pinto (baixo), João Parahyba (percussão), Mário Lúcio Marques (sopros), e com a participação especial de Paulo Ribeiro (violão) e Roberto Soares (canto), Nancy pretende mostrar um pouco dessa influência mútua ao longo de quase um século com sambas, maxixes, chorinhos, bossas, baladas e muito mais!!
Dividido (praticamente) em duas partes, o repertório passará em revista os sambas em francês da Era Vargas, que marcaram época na Rádio Nacional (RJ). Durante esta fase, predominaram o nacionalismo e a sátira aos estrangeirismos; são sambas brejeiros (alguns raros ou desconhecidos do grande público), em francês macarrônico , como por exemplo, Tem Francesa no Morro (Assis Valente) ou Menina Fricote (Henrique/Marília Batista). Já na segunda serão contemplados os sambas contemporâneos, as versões francesas dos grandes autores brasileiros, além de alguns autores – hoje clássicos -, como Serge Gainsbourg, Georges Moustaki e Henri Salvador.
OS Batutas e a Madame
Show em comemoração ao Centenário da viagem dos Oito Batutas a Paris e os Cem Anos de relações musicais França-Brasil (27/08 com Nancy Alves e grupo).
E pra quem não sabe, quem foram os Batutas ?
Os Batutas – na verdade Os Oito batutas -, eram um grupo musical, e dos melhores! Por isso, foram considerados “os bons”, os bambas musicais da época. Eram 8 e, entre eles, estavam alguns dos filhos das famosas quituteiras baianas que, além de doces, trouxeram os sambas de roda da Bahia diretamente para os quintais dos subúrbios cariocas. Por obra e graça de Duque, bailarino, produtor e grande divulgador do maxixe lá e cá, e com o auxílio financeiro do milionário Arnaldo Guinle, que bancou as passagens, em 29 de janeiro de 1922 – em data bem próxima da Semana de Arte Moderna, aliás – 7 integrantes do grupo zarparam no navio Massilia em direção a Paris, onde fervia o ambiente musical. Com que objetivo? Promover a nossa música popular – o choro e o maxixe – em terras estrangeiras. Diga-se de passagem, este foi o primeiro grupo de música popular a se apresentar no exterior. Liderados pelo grande Pixinguinha, e contando ainda com Donga, China, Boina, Zezé, José Monteiro e Sisenando Santos (Feniano), “aportaram” na Cidade Luz com grande sucesso: a turnê, que levaria apenas um mês, acabou durando seis: J. Thomas, o baterista, não se juntaria ao grupo por motivos pessoais e os 8 viraram 7, ou simplesmente, “Les Batutas”. Lá compuseram em francês um samba maxixe com esse mesmo título, nunca tendo sido gravada. Mais tarde, o próprio J. Thomas se encarregou de recuperar a música dando-lhe um nome e um refrão: Sarambá.
E o que aconteceu antes e depois ? Ah, isso você vai ficar sabendo só no show!!!!
NANCY ALVES – voz, produção e idealização do projeto
Cantora, pesquisadora musical e mestre de conferências, Nancy Alves é também professora de francês e Mestra em Letras Modernas (Português-Francês) pela Universidade de São Paulo, com especialização em Linguística Aplicada pela Universidade de Paris XIII. Paralelamente, estudou Percussão na Academia Paulista de Música, tendo participado da montagem teatral Arena Conta Zumbi em 2a versão. Também nesta época, participou dos grupos vocais AndréSegóvia e Farrambamba. Durante o ano em que morou na França, além de pocket-shows, realizou palestras sobre Música Popular Brasileira em escolas e centros culturais. Estudou canto lírico e popular com as professoras Cláudia Mocchi e Nancy Miranda e Wagner Barbosa. Trabalhou no Museu da Imagem e do Som de São Paulo colaborando em projetos culturais ligados à História da Cultura Brasileira, no Departamento de História Oral. Fez parte da equipe de pesquisa e redação do livro Antologia Musical Brasileira: as Marchinhas de carnaval. Nesta época, encenou o musical Me and my girl no Teatro da Cultura Inglesa; com o grupo vocal On the Vox, atuou em outro musical intitulado A seguir, cenas do próximo capítulo, de Manuel Filho, no Teatro Sérgio Cardoso. Participou da Big-band de Roberto Sion em shows e Festivais de jazz, além de cantar no grupo vocal jazzístico Sophisticated Ladies. Há alguns anos, dedica-se ao estudo das relações França-Brasil na área da Música Popular, pesquisa que deu origem a um show e a um livro. Defendeu o Mestrado intitulado A França na Música Popular Brasileira: visões e impressões de sambistas e chansonniers junto à FFLCH da USP. No ano 2002, esteve por duas ocasiões no Clube Curitibano com o show Fransambá, durante a Semana da Francofonia, gentilmente patrocinado pela Câmara do Comércio França-Brasil. De lá para cá, vem se apresentando em capitais brasileiras, principalmente na cidade de São Paulo e interior do estado. O trabalho prosseguiu, vindo a se tornar o Bossambá – bossas e sambas em francês -, com lançamento de CD e shows. Apresentou-se em diversos teatros e casas noturnas como Centro Cultural São Paulo, Teatro FECAP, All of Jazz, entre outros. Neste ano (2022), abriu o festival Rio Santos Jazz Fest com o show France Bossa Jazz e agora, comemorando o centenário da viagem do grupo de Pixinguinha a Paris, propõe o espetáculo Os Batutas e a Madame que será apresentado na Unibes Cultural.
Marcos Romera– (piano/teclados)
Pianista, arranjador e produtor musical.
Marcos Romera Cursou Composição e Regência na Faculdade Santa Marcelina, harmonia e Improvisacão com o mestre Wilson Curia e Orquestração e Arranjos com o professor Cláudio Leal. Foi semifinalista do Prêmio VISA Eldorado de Música Instrumental, arranjador e arregimentador do Prêmio VISA Eldorado versão vocal. Como músico convidado, apresentou-se na NAMM, Feira Internacional de Música e Tecnologia de Los Angeles e no Montreux Jazz Festival, na Suíça em 2010, com os artistas brasileiros Vera Figueiredo e Daniel Taubkin. Atuando também em programas da televisão brasileira, bem como em shows em São Paulo, acompanhou Nana Caimmy , Sivuca, Emílio Santiago, Elba Ramalho, Maria Rita, Maria Gadú, Sandra de Sá, Fabio Junior, o baterista americano Billy Cobham, entre muitos outros. Atualmente dedica-se à divulgação do seu último CD ‘DaGaroa’ e de seu primeiro livro ‘Crônicas da Garoa’, lançado pela editora lisboeta Chiado. Escreve arranjos para sua banda, a Banda Oito do Bem. Ministra a primeira e única Áudio Mentoria para Publicidade no Brasil, produz jingles, trilhas sonoras para publicidade, games e TV atendendo as principais agências de São Paulo e do Brasil. E é maratonista.
Giba Pinto (Gilberto da Silva Pinto) – baixo acústico
Contrabaixista, professor, compositor, e arranjador, iniciou sua carreira artística acompanhando no final dos anos 80 o cantor e compositor Johnny Alf.
Desde então atua como acompanhante, arranjador ou parceiro no trabalho de vários artistas da música popular brasileira e também da música instrumental.
Acompanhou Johnny Alf (1989-90), Miriam Mirah (92-93), Trio Mocotó (desde 1999, com cerca de 200 shows no exterior – Europa, Ásia e Oceania), Ivete Souza (desde 1994), Cláudio Cury (2003-2009), Maria Rita (2003), Adyel Silva (2009-2012) entre outros.
Dentre os trabalhos com a música instrumental, alguns destaques: integrante do grupo do trombonista Itacyr Bocato por 12 anos consecutivos (de 1990 a 2002) com o qual gravou 4 álbuns e participou de turnês europeias, incluindo a apresentação no Festival de Jazz de Montreux (em 1998). Em 2015 novamente participa do grupo.
Além disso, participou do sexteto da baterista Lilian Carmona (93-97), do trabalho solo do percussionista João Parahyba (desde 1999), do Quinteto de Contra-Baixos, com Itiberê Zwarg (1998), de gravação e shows com o guitarrista Heraldo do Monte (2003-2005), dos grupos do gaitista Clayber de Souza (desde 2008), do guitarrista Renato Consorte (2009), do trio do pianista Michel Freidenson (2011-2012).
Desde 2010 é contratado da Santa Marcelina Organização Social de Cultura , no programa Guri Santa Marcelina, como professor de baixo elétrico, teoria, prática de conjunto e como diretor regente da Big Band formada pelos alunos (de 2013 a 2016). Em 2018, inicia participação no grupo do percussionista Jorge Marciano, (no Projeto Navio Negreiro) e no Quinteto Os ‘Caravelhos (junto aos consagrados músicos João Parahyba, Clayber de Souza, Aloisio Pontes e Hector Costita).
Mário Lúcio Marques – sopros (clarineta/ sax/ flauta)
Mineiro de Poté, já na infância manifestou seu talento musical tocando flautas indígenas; mais tarde ingressou na banda de música da cidade, aprendendo a executar simultâneamente: clarinete, trompete, trombone, flauta transversal e toda a percussão. Nos anos 60, atua profissionalmente em Brasília, mas é em São Paulo, já nos anos 70, onde aprofunda seus conhecimentos musicais, fundando, junto com Luizão, Ari, Ribah e Jessé, apoiados pelo empresário Fernando Rocha, o grupo PLACA LUMINOSA; quase imediatamente gravam o 1o.disco, cuja faixa “Velho Demais” vira tema da novela “Sem Lenço, Sem Documento” e diversos LPs e Cds lançados com o Placa até 2005, incluindo composições suas, entre elas “Neon”. Nos anos 80 o Grupo passa a uma projeção nacional e divide o palco com nomes como: Raul de Souza, Tim Maia, Zimbo Trio, César Camargo Mariano, Jorge Ben Jor, Erasmo Carlos entre tantos. bombardino, ingressando na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, m 85 ganha o prêmio de melhor arranjo, com a música MIRA IRA, no Festival dos Festivais da rede Globo.
Sua inquietude criativa e versatilidade chamou a atenção dos mais prestigiosos nomes da nossa MPB. Este reconhecimento o trouxe para esta galeria, lhe dando a oportunidade de mostrar suas diversas aptidões como multi-instrumentista, compositor e arranjador, expressando os mais diversos matizes da nossa música. Hoje seu trabalho instrumental traz tudo de sua personalidade – profundidade e leveza e ao mesmo tempo refinamento e vigor na interpretação de seu instrumento, traduzindo em si mesmo uma rara faceta dessa nossa MPB, tão festejada mundo afora. Desde 2005 em carreira solo, já tem pronto o CD MONOLITO. Além disso, atua ao lado da Tribo Mira Ira, composta por Lula Barbosa e também com o “Quarteto In Jazz” e o “Untraditional Jazz Band”. Acumula ainda participações especiais nos shows de Zezé di Camargo e Luciano.
João Parahyba – bateria e percussão
Nasceu em São Paulo, em 1950. Em 1968 formou o “Trio Mocotó” com Luís Carlos e Nereu. Com quem começou a desenvolver a batida que ficaria famosa nos anos 70 junto com o violão de Jorge Ben(jor): o samba-rock! Depois de participar com Jorge em shows e gravações históricas como País Tropical, o trio lançou seu primeiro LP, “”Muita Zorra””. Em 1981, João foi para os EUA. Voltando ao Brasil colaborou com Ivan Lins e participou do projeto Prisma/Ponte das Estrelas com César Mariano. A partir de 1985, começou a pesquisar a percussão eletrônica quando colaborou novamente com Ivan Lins. Nesses quase 30 anos de carreira, João Parahyba trabalhou com grandes artistas como Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Família Caymmi, Toquinho, Vinícus de Moraes, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa, Dizzie Gilespie, Fatha Hines, Michel Legrand, Al Di Meola, e o produtor ioguslavo Suba.
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